Doença falciforme: especialista explica o que acontece no organismo
No Maranhão, cerca de 1.700 pacientes são atendidos regularmente
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Uma das doenças genéticas e hereditárias mais predominantes no Brasil e no mundo: a doença falciforme desafia a saúde pública e afeta o dia a dia de quem sofre com crises de dor, anemia, cansaço, entre diversos outros sintomas. Por todo o país, de acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é de que existam entre 60 mil a 100 mil pessoas que convivem com a doença. E só na rede pública do estado do Maranhão, por exemplo, cerca de 1.700 pacientes são atendidos regularmente, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Mas o que acontece com o organismo de alguém que convive com essa condição?
Tudo começa por uma mudança na estrutura da hemoglobina, uma proteína que carrega a missão de levar oxigênio para todo o corpo pela corrente sanguínea. Com a alteração, que é de origem genética, os glóbulos vermelhos do indivíduo ganham um formato de foice, ficam quebradiços e não oxigenam o corpo de forma satisfatória. “A anemia falciforme é uma das doenças detectadas através do teste do pezinho em recém-nascidos. E por causa da obstrução de pequenos vasos sanguíneos existem as crises de dor, inchaços, vermelhidão e maior facilidade em contrair infecções”, explica a hematologista e professora da IDOMED Fameac, Rayssa Bueno.
Com a oxigenação baixa no corpo, é comum que os portadores dessa condição tenham fadiga frequente e até complicações renais. A especialista esclarece, ainda, que a única forma de cura da doença é um transplante. “O único tratamento que cura a anemia falciforme é o transplante de medula óssea, que depende de compatibilidade. Mas, através de acompanhamento médico, é possível utilizar medicamentos para prevenção de quadros infecciosos e inflamatórios, a fim de promover melhoria da qualidade de vida e segurança do paciente”, afirma Rayssa.
Para o dia a dia de quem convive com a doença falciforme, a hematologista destaca cuidados como a hidratação constante. “Manter-se sempre bem hidratado, fazer o uso de medicamentos específicos prescritos para o alívio das dores, que são fortes, além de um acompanhamento médico regular são essenciais ao longo da vida desse paciente”, finaliza a médica. (Por Juliana Castelo / Cores Comunicação)