OPINIÃO

FRANKLIN SEBA FAZ DISSERTAÇÃO SOBRE DEMISSÃO EM MASSA DOS FUNCIONARIOS DO MINICÍPIO DE SANTA INÊS, QUE TERIAM SIDO ADMITIDOS PARA FINS ELEITOREIROS E MOSTRA IMPACTOS SOCIAIS CAUSADOS

FRANKLIN SEBA FAZ  DISSERTAÇÃO SOBRE DEMISSÃO EM MASSA DOS FUNCIONARIOS DO MINICÍPIO DE SANTA INÊS, QUE TERIAM SIDO ADMITIDOS PARA FINS ELEITOREIROS E MOSTRA IMPACTOS SOCIAIS CAUSADOS
Publicado em 05/11/2024 às 18:45

Franklin Seba / Foto reprodução

A recente demissão em massa de funcionários na prefeitura de Santa Inês evidencia uma prática que, ao que tudo indica, foi motivada por interesses eleitorais mesquinhos e temporários, cuja finalidade principal era assegurar a permanência do atual administrador no poder. Esse ato, além de comprometer a estabilidade dos trabalhadores afetados, revela a falta de compromisso e respeito com a população, sobretudo com aqueles que confiaram e votaram na atual gestão, mas agora se veem desamparados e frustrados.

A contratação em massa de funcionários em período eleitoral, em vez de ser vista como um gesto de preocupação com o emprego e o desenvolvimento do município, acabou por demonstrar-se uma tática eleitoreira. Após alcançado o objetivo de permanecer no poder, a administração agora parece abandonar os compromissos assumidos, deixando trabalhadores que acreditaram em estabilidade e crescimento pessoal sem suas fontes de renda e com poucas perspectivas. Esse tipo de prática, ao invés de fortalecer a confiança na gestão pública, amplia o desencanto com a política local e expõe a população a um ciclo de promessas vazias e desilusões.

O impacto dessas demissões não é restrito aos trabalhadores diretamente afetados; ele repercute também na economia local, que depende dos empregos para manter o comércio e os serviços ativos. Com centenas de famílias subitamente privadas de rendimentos, o comércio de Santa Inês tende a sofrer, levando a uma desaceleração econômica em diversos setores. O ato de dispensar, de forma indiscriminada e aparentemente calculada, os trabalhadores municipais, enfraquece não apenas a economia, mas também o senso de segurança e de pertencimento da população, que se vê cada vez mais afastada de uma administração verdadeiramente comprometida com o bem-estar coletivo.

É também um desrespeito aos cidadãos que votaram esperando que suas necessidades e anseios fossem atendidos, pois a eleição deveria representar uma oportunidade de mudança e progresso, e não um jogo de interesses privados e manipulação. Esta situação revela uma das maiores fraquezas do sistema político atual: a instrumentalização dos cargos públicos como moeda de troca para ganhos eleitorais. O abuso de contratos temporários ou de contratações estratégicas no período eleitoral, quando não fundamentado em uma real necessidade de serviços, evidencia a intenção de utilizar a estrutura pública como forma de garantir lealdades e, consequentemente, votos.

Para a população de Santa Inês, o resultado desse processo é uma amarga lição sobre a importância de avaliar o caráter e as intenções dos candidatos. É essencial que os cidadãos se conscientizem da necessidade de eleger representantes comprometidos com a transparência e o respeito pelo bem público, e que sejam capazes de promover uma administração voltada verdadeiramente ao progresso da cidade e à dignidade dos moradores. Sem uma mudança de postura e uma fiscalização mais rígida das práticas eleitorais e administrativas, o ciclo de promessas vazias e de demissões após as eleições pode se perpetuar, fragilizando a cidade e os laços de confiança entre o povo e o poder público.

Conclui-se, portanto, que a recente demissão em massa na prefeitura de Santa Inês não representa apenas uma injustiça com os trabalhadores afetados, mas um golpe contra toda a população, que merece uma administração transparente, ética e comprometida. É urgente que esse episódio sirva como alerta para a sociedade, despertando uma mobilização pela responsabilidade política e pela valorização dos cidadãos como protagonistas do desenvolvimento social e econômico do município. (Por Franklin Seba)