Pesquisadores do Curso de Pós-graduação do IFMA encontram resíduos de microplásticos no Lago Grajaú localizado entre os municípios de Santa Inês, Pindaré e Monção  

Pesquisadores do Curso de Pós-graduação do IFMA encontram resíduos de microplásticos no Lago Grajaú localizado entre os municípios de Santa Inês, Pindaré e Monção  
Publicado em 06/02/2024 às 11:18

 

A pesquisa foi realizada pelo tecnólogo em Construção de Edifícios e especialista do Curso de Pós-graduação em Ciências e Meio Ambiente pelo IFMA, Campus Santa Inês, Adílio  Lira Campos e pela professora Dra. Angela Maria C. Mouzinho Santos. Intitulada de “Microplástico e Meio Ambiente: possíveis impactos na vida aquática do Lago Grajaú e do Rio Pindaré”, o trabalho proposto analisou 20 amostras de água e solo no Lago do Grajaú e conseguiu detectar a presença de partículas de microplásticos.

Os microplásticos são poluentes provenientes da degradação e fragmentação do plástico no meio ambiente, são considerados microplásticos as partículas menores que 5mm. Segundo Adílio Lira, “A origem destes resíduos plásticos nestes ambientes aquáticos e terrestres se dão pelo descarte irregular em ruas, avenidas e vias de circulação de pessoas e terrenos baldios após as chuvas com o transbordamento das galerias, o plástico é transportado para o esgoto sendo levado pela correnteza e chega até o Lago do Grajaú”.

No Laboratório de Química/Biologia do IFMA – campus Santa Inês, foram realizadas as análises microscópicas para identificação dos resíduos plásticos encontrados tanto nas margens e nas águas do lago utilizando etanol e um agente secante (cloreto de cálcio). O pesquisador Adílio explicou que a escolha da área de estudo se deu por conta de ser um lago de grande importância para a manutenção da vida aquática do Rio Pindaré; “o Lago Grajaú é um grande abastecedor de espécies do Rio Pindaré pois serve como local de desova e reprodução dos peixes e outras espécies”.

A presença do microplástico nestes ambientes se torna preocupante visto que na água são confundidas com algas aquáticas que fazem parte da cadeia alimentar de algumas espécies de peixes e podem conter aditivos tóxicos como o Bisfenol-A. O microplástico contendo Bisfenol-A pode causar diversas lesões nos tecidos dos peixes, alterações hormonais, dentre outros problemas na saúde das espécies.

Os resultados são ainda mais preocupantes, pois algumas espécies de peixes fazem parte da cadeia alimentar dos moradores locais. Isso coloca em risco a saúde humana pois se consumido alguma espécie contaminada, acabam indo parar no estômago, baço e fígado além de outras partes do corpo humano através da ingestão de peixes ou da água. Os efeitos ocorridos em animais aquáticos também se manifestam em seres humanos podendo ter relações com o aparecimento de câncer. Segundo Adílio, “a presença de microplástico no solo e na água do Lago Grajaú, indicam que o ambiente possa estar sendo poluído pelos centros urbanos próximos ao lago, espera-se que as autoridades possam desenvolver políticas públicas e práticas de prevenção para frear a contaminação do lago”, concluiu ele. (Fonte: Conteúdo jornalístico do acervo dos autores 2023).