TÁ QUENTE! POLÍCIA FEDERAL E CGU DESARTICULAM ESQUEMA DE FRAUDE NO CENSO ESCOLAR DE SÃO BERNARDO NO MARANHÃO: VALOR DO “ESQUEMA” CHEGA A QUASE 200 MILHÕES 

TÁ QUENTE! POLÍCIA FEDERAL E CGU DESARTICULAM ESQUEMA DE FRAUDE NO CENSO ESCOLAR DE SÃO BERNARDO NO MARANHÃO: VALOR DO “ESQUEMA” CHEGA A QUASE 200 MILHÕES 
Publicado em 16/10/2024 às 21:13

POLÍCIA FEDERAL EM AÇÃO HOJE EM SÃO BERNARDO-MA 

A Polícia Federal, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou na manhã desta quarta-feira, 16, a Operação Nonsense, visando desarticular um esquema criminoso que teria fraudado o Censo Escolar Municipal de São Bernardo, no Maranhão. As investigações apontam que o grupo envolvido inseriu dados falsos no sistema EducaCenso, do Ministério da Educação, com o objetivo de obter ilegalmente mais recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Conforme apurado, o número de matrículas na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) registrou aumentos expressivos e incomuns desde 2017. Um dos saltos mais notáveis foi o de 6.687% entre 2016 e 2017, seguido por um aumento de 59% de 2021 para 2022. No ano passado, São Bernardo foi o segundo município brasileiro com o maior crescimento absoluto de matrículas na EJA, com 2.516 novos alunos cadastrados.

A CGU estimou que os valores recebidos indevidamente pelo município, com base nas matrículas fictícias, somam cerca de R$ 194,3 milhões. Além das fraudes no Censo Escolar, as autoridades também investigam possíveis irregularidades em licitações e contratos pagos com os recursos do Fundeb.

Diante desses indícios, a Polícia Federal solicitou à 1ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Luís diversas medidas cautelares, que foram cumpridas nesta quarta-feira. Ao todo, 78 policiais federais participam da operação, executando 20 mandados de busca e apreensão em São Bernardo, Magalhães de Almeida, Paulino Neves, Luzilândia, Paço do Lumiar e São Luís. Também foram determinados os afastamentos de agentes públicos envolvidos.

Os investigados poderão responder por crimes como inserção de dados falsos, peculato, organização criminosa, fraude licitatória e lavagem de dinheiro, entre outros. O nome da operação, “Nonsense”, faz referência à disparidade absurda entre o número de matrículas declaradas e a realidade observada no Censo Escolar Municipal.