O lateral-direito Wesley, do Flamengo, prestou no último dia 26 depoimento na 16ª delegacia de polícia sobre o caso em que é acusado de agredir o empresário Kaio Mana num quiosque na Barra da Tijuca, no dia 10 de março. O ge teve acesso às declarações do jogador e às imagens do circuito interno do quiosque no momento da briga.
No depoimento à polícia, Wesley afirmou não ter agredido o empresário. Ele diz ter “ido para cima” com o intuito de proteger a irmã. Ele nega a versão de Kaio, que informou estar sentado no momento da confusão.
O ponto em comum dos dois depoimentos é o motivo da briga: uma suposta filmagem. Em depoimento, Mana contou que o desentendimento começou após Wesley o acusar de fazer imagens sem autorização. O lateral relatou que viu Mana filmando e pediu para que parasse pois tinha receio de que isso fosse prejudicá-lo.
Wesley relatou que perguntou se Mana queria tirar uma foto, mas o empresário recusou. Além disso, o lateral disse que houve uma discussão da sua irmã com o empresário e o amigo que o acompanhava (identificado como Marcos Fernandes Galindo). Segundo Wesley, Mana chegou a dar um empurrão em sua irmã e, por isso, o lateral diz ter perdido a cabeça e ido para cima do empresário. Por isso, Wesley acusou criminalmente o empresário pelas ameaças que alegou ter sofrido.
O ge apurou que a defesa de Kaio Mana entende que se trata de uma acusação caluniosa e não descarta incluir uma nova acusação a Wesley por denunciação caluniosa.
Entenda o caso
No dia 11 de março, o empresário Kaio Mana registrou um boletim de ocorrência contra Wesley, lateral-direito do Flamengo. O homem afirmou ter sido vítima de agressão do jogador em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Em depoimento, Kaio relatou que uma discussão começou após Wesley o acusar de tirar uma foto sem autorização dele com um amigo no quiosque. O homem também estava acompanhado de um amigo, e ambos disseram que não haviam feito qualquer imagem do jogador.
Segundo Mana, em depoimento inicial, Wesley se aproximou e deu um soco no rosto de Kaio, que comia um sanduíche na hora. O empresário ficou com uma marca roxa próxima ao olho esquerdo e um corte na boca. Depois do depoimento na 16ª delegacia, ele foi ao Instituto Médico Legal para fazer exame de corpo de delito.
Em depoimento à polícia, Kaio alega que Wesley fez ameaça para tentar evitar que o empresário denunciasse o caso. Ele relatou que o lateral gritou diversas vezes “Você não joga na mídia” antes de deixar o local acompanhado do amigo. Wesley ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto. O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, ficou responsável pelo caso do lateral. Logo no dia da denúncia houve uma conversa entre as partes, e o clube optou por esperar a investigação para tomar qualquer medida. (Por Klaus Barbosa e Letícia Marques — Rio de Janeiro)